Por acreditar nas pessoas e, sobretudo, em seus talentos, a Astem aplaude e aposta no Programa Circo Social, da Escola de Circo Crescer e Viver, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.
As atividades do Circo Social baseiam-se no estímulo das Inteligências Múltiplas, tomando por base a pluralidade dos conhecimentos dos educandos, reconhecendo que eles vão além dos saberes linguísticos e do lógico matemático.
A missão, a visão e os valores do Circo Social vão ao encontro das crenças da Astem.
“Acreditamos na educação e nas atividades lúdicas como ferramentas de transformações para crianças e adolescentes. O uso dessas ferramentas fará toda a diferença na inserção no mercado de trabalho e no convívio social desses jovens. O objetivo da Astem é incentivar cada vez mais a descoberta e formação de novos talentos, por isso apoiamos Circo Social”, comenta Cleide Jabarra, CEO da Astem.
Picadeiro: local de transformação
Voltado para crianças e adolescentes, o projeto Crescer e Viver une arte e transformação social no mesmo ambiente, o picadeiro. O projeto ainda é referência na construção de conhecimentos e metodologias inovadoras de educação, organização e inclusão sócioprodutiva de crianças, adolescentes e jovens das classes populares.
No Programa do Circo Social são oferecidas atividades nos campos da formação, produção, difusão e apropriação das artes circenses. Já na Formação de Artistas de Circo, além das atividades técnicas, os participantes aprendem noções de empreendedorismo, produção, didática e pedagogia circense e qualificação/especialização em até duas modalidades.
O Cofundador e Coordenador Artístico do Circo Crescer e Viver, Vinicius Daumas, conta um pouco mais sobre a parceria e detalhes do projeto.
Como o Programa de Circo Social iniciou?
O Programa de Circo Social começou em 2001, na cidade de São Gonçalo. Naquela ocasião, o Crescer e Viver ainda não estava legalmente constituído e éramos um Programa da Escola de Samba Porto da Pedra. No entanto, as nossas ações cresceram e percebemos que o programa deveria caminhar com as suas próprias pernas e, por isso, tornou-se uma associação civil, sem fins lucrativos, tendo sua autonomia jurídica e pronta para estabelecer novas parcerias, independente da Escola de Samba. A partir daí tudo mudou. Ao mesmo tempo que as possibilidades poderiam aumentar, o quesito responsabilidade não seria diferente. Alguns anos depois, chegamos ao Rio de Janeiro a pedido do Juiz da Vara da Infância e Juventude, Dr. Siro Darlan, para desenvolver um trabalho com meninos e meninas de rua. Foi aí que instalamos o Circo na Cidade Nova. A história já dura quase 15 anos, entre formação circense, espetáculos, intercâmbio, etc.
Qual é a sua relação com o Circo?
Eu sou palhaço há mais de 20 anos. Viajei pelo Brasil durante seis anos da minha vida levando arte e cultura a mais de 600 cidades do país. Assim que o projeto de caravana terminou, eu reencontrei um grande e velho amigo, o Junior Perim, que na época estava como vice-presidente de Projetos Sociais da Escola de Samba Porto da Pedra. O reencontro proporcionou uma nova parceria para o Circo.
Quantos jovens fazem parte do projeto?
Atualmente, o projeto atende diretamente 160 crianças e jovens. Mas, se considerarmos o público presente nas mostras/exibições, públicos e temporada do espetáculo coletivo, ultrapassamos 2 mil pessoas por ano. Isso contando apenas ações diretamente ligadas ao projeto da Escola de Circo. Se consideramos outras ações e atividades, aproximadamente 10 mil pessoas circulam anualmente pelo Circo Crescer e Viver.
Quanto tempo eles passam por dia no projeto? Existe um período limite, formação, algo do tipo?
O Programa de Circo Social acontece no contraturno escolar e a criança é atendida gratuitamente três vezes por semana. O aluno precisa ter entre sete e 17 anos. A formação é continuada e não existe um período de habilitação. O importante é dizer que o Programa de Circo Social não tem como objetivo a profissionalização, mas de ser uma ferramenta pedagógica capaz de potencializar as virtudes de crianças e jovens em dificuldade. Já no Programa de Formação do Artista de Circo, o aluno frequenta todas as manhãs, de segunda à sexta-feira, com formação de três anos, com o foco na formação profissional do aluno. Por isso, atendemos jovens com idades entre 16 e 24 anos.
Qual é a importância do projeto na vida dos jovens participantes? Você enxerga mudanças?
A mudança é nítida, às vezes é imediata. Eles mudam seus comportamentos e sobretudo seus olhares sobre si mesmos e o espaço em que estão inseridos. É difícil mensurar, pois as mudanças são muito subjetivas. Mas, nos gestos cotidianos e nos relatos das famílias e de seus professores, eles confirmam aquilo que esperamos: a esperança em viver melhor, acreditar em si e perceber que é possível fazer escolhas positivas.